23 julho 2014

Crer


Crer é um eterno caminhar pelas
ruas sombrias e quase sempre vazias,
porque o Pai está sempre
entre sombras espessas.
A Fé é isso, precisamente:
peregrinar, subir, chorar, duvidar,
esperar, cair e levantar-se;
e caminhar sempre como seres errantes,
que não sabem onde dormirão hoje
nem que comerão amanhã.
Como Abraão, como Israel,
Como Elias, como Maria.

Ignacio Larrañaga
(In: O Sentido da Vida)

20 julho 2014

A Parábola do Trigo e do Joio

A liturgia deste domingo convida-nos a descobrir o Deus paciente e cheio de misericórdia, a quem não interessa a marginalização do pecador, mas a sua integração na comunidade do “Reino”; e convida-nos, sobretudo, a interiorizar essa “lógica” de Deus, deixando que ela marque o olhar que lançamos sobre o mundo e sobre os homens.

Do Evangelho de S. Mateus 13 (24-30)


A Parábola do Trigo e do Joio
Jesus disse às multidões mais esta parábola:
“O reino dos Céus pode comparar-se a um homem
que semeou boa semente no seu campo.
Enquanto todos dormiam, veio o inimigo,
semeou joio no meio do trigo e foi-se embora.
Quando o trigo cresceu e deu fruto,
apareceu também o joio.
Os servos do dono da casa foram dizer-lhe:
‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo?
Donde vem então o joio?
Ele respondeu-lhes: ‘Foi um inimigo que fez isso’.
Disseram-lhe os servos:
‘Queres que vamos arrancar o joio?’
‘Não! – disse ele –
não suceda que, ao arrancardes o joio,
arranqueis também o trigo.
Deixai-os crescer ambos até à ceifa
e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros:
Apanhai primeiro o joio e atai-o em molhos para queimar;
e ao trigo, recolhei-o no meu celeiro’“.


 “A paciência de Deus” com o joio convida-nos também a rejeitarmos as atitudes de rigidez, de intolerância, de incompreensão, de vingança, nas nossas relações com os nossos irmãos. O “senhor” da parábola não aceita a intolerância, a impaciência, o radicalismo dos “servos” que pretendem “cortar o mal pela raiz” e arrancar o mal (correndo o risco de serem injustos, de se enganarem e de meterem mal e bem no mesmo saco). Às vezes, somos demasiados ligeiros em julgar e condenar, como se as coisas fossem claras e tudo fosse, sem discussão, claro ou escuro… A Palavra de Deus convida-nos a moderar a nossa dureza, a nossa intolerância, a nossa intransigência e a contemplar os irmãos (com as suas falhas, defeitos, diferenças, comportamentos religiosa ou socialmente incorrectos) com os olhos benevolentes, compreensivos e pacientes de Deus.



Bendito sejas, ó Pai, pelo Reino dos céus, que manifestas no meio de nós e em nós. Ele é o bom grão que semeaste para renovar a nossa terra, ele é a semente que cresce e o fermento que age.
Nós Te pedimos: que o teu Espírito nos torne pacientes. Diante do mal, mantém-nos confiantes na presença e na força do teu Reino.

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Desejo a todos um bom domingo.
O meu abraço na paz de Cristo.
Ailime

Fonte: Portal dos Dehonianos
Imagens Google