24 maio 2025

6º Domingo da Páscoa (Ano C)

A minha partilha deste fim de semana:

Na liturgia do sexto domingo do tempo pascal sobressai a promessa de Jesus de acompanhar e de orientar os seus discípulos ao longo de todo o caminho histórico que eles vão percorrer. Alimentados pela Palavra de Jesus, conduzidos pelo Espírito, os discípulos caminham ao encontro da cidade perfeita, onde os espera o abraço eterno de Deus. 

No Evangelho Jesus, na véspera da sua morte, despede-se dos discípulos. Diz-lhes que vai para o Pai, mas que estará sempre em comunhão com eles. O Espírito Santo que vão receber ensinará aos discípulos “todas as coisas”, recordar-lhes-á tudo o que Jesus lhes disse enquanto andou com eles, fará com que eles se mantenham em comunhão com Jesus. Dessa forma os discípulos poderão continuar no mundo o projeto de Jesus, até ao reencontro final com Ele.

Referências Bíblicas
Atos dos Apóstolos 15,1-2.22-29
Salmo 66 (67)
Apocalipse 21,10-14.22-23
Evangelho de São João 14,23-29


Evangelho de São João 14,23-29


Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Quem Me ama guardará a minha palavra
e meu Pai o amará;
Nós viremos a ele
e faremos nele a nossa morada.
Quem Me não ama não guarda a minha palavra.
Ora a palavra que ouvis não é minha,
mas do Pai que Me enviou.
Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco.
Mas o Paráclito, o Espírito Santo,
que o Pai enviará em meu nome,
vos ensinará todas as coisas
e vos recordará tudo o que Eu vos disse.
Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz.
Não vo-la dou como a dá o mundo.
Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.
Ouvistes o que Eu vos disse:
Vou partir, mas voltarei para junto de vós.
Se Me amásseis,
ficaríeis contentes por Eu ir para o Pai,
porque o Pai é maior do que Eu.
Disse-vo-lo agora, antes de acontecer,
para que, quando acontecer, acrediteis».


 Interpelação

Jesus deixa aos discípulos “a paz”. A “paz” é um grande dom, um dom que só Jesus pode dar. É essa “paz” que nos permite encarar com serenidade as vicissitudes e as tempestades que surgem ao longo do caminho; é essa “paz” que nos ajuda a vencer o medo, esse medo que paralisa e que nos impede de lutar por um mundo mais justo e mais humano; é essa “paz” que nos faz vencer o egoísmo, o fechamento em nós próprios, a cegueira que não nos deixa ver as necessidades dos nossos irmãos; é essa “paz” que nos leva a construir pontes de diálogo e de entendimento com os irmãos e irmãs que caminham ao nosso lado; é essa “paz” que nos dá a força para enfrentar o ódio, a violência, a agressão, a mentira que desfeiam o mundo; é essa “paz” que nos liberta do ressentimento, da intolerância, da prepotência, do dogmatismo; é essa “paz” que nos capacita para sermos no mundo sinal da bondade, da misericórdia, da ternura, do amor de Deus… A “paz” de Jesus reside em nós? Testemunhamos essa “paz” na maneira como vivemos e como nos relacionamos com os homens e mulheres que caminham connosco?

Desejo-vos um bom domingo, com o meu abraço 
na paz de Cristo Ressuscitado. 

Emília Simões


 

21 maio 2025

Maio, mês de Maria


 Ficamos abismados e estupefactos

pela infinita humildade,

pela enorme maturidade e naturalidade,

com que Maria assume o Mistério,

no meio de uma imensa solidão.

A história toda não será

suficiente para agradecer

e admirar tanta grandeza.

Foi uma cena inenarrável.

Maria, consciente da gravidade

do momento e consciente

da sua decisão, cheia de paz,

de pé, solitária, sem consultar ninguém,

sem ter qualquer ponto

de apoio humano, sai de si mesma,

dá o grande salto, confia,

permite e... entrega-se.


Ignacio Larrañaga
In O sentido da Vida

(Emília Simões)