12 abril 2025

Domingo de Ramos na Paixão do Senhor - Ano C

 A minha partilha do Domingo de Ramos:


A liturgia deste último Domingo do tempo quaresmal, Domingo de Ramos, convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo, a maldade e o pecado fossem vencidos. Por Jesus, Deus ofereceu-nos a possibilidade de uma Vida nova.
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Evangelho relata-nos a paixão e morte de Jesus. É o momento culminante de uma vida gasta a concretizar o projeto salvador de Deus: libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo, escravidão, sofrimento e morte. Na cruz onde Jesus ofereceu a sua vida até à última gota de sangue, revela-se o incomensurável amor de Deus por nós; na cruz, Jesus disse-nos que o amor até ao extremo gera Vida nova e eterna.
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Referências Bíblicas
Isaías 50, 4-7
Salmo 21 (22)
Filipenses 2, 6-11
Lucas 22,14-23,56

Salmo 21 (22)

Refrão: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?

Todos os que me veem escarnecem de mim,
estendem os meus lábios e meneiam a cabeça:
«Confiou no Senhor, Ele que o livre,
Ele que o salve, se é meu amigo».

Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.

Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim,
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me.

Hei de falar do vosso nome aos meus irmãos,
Hei de louvar-Vos no meio da assembleia.
Vós, que temeis o Senhor, louvai-O,
glorificai-O, vós todos os filhos de Jacob,
reverenciai-O, vós todos os filhos de Israel.



Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, rei da eterna glória.
Evangelho São Lucas  22,14-23,56

N     Quando chegou a hora,
Jesus sentou-Se à mesa com os seus Apóstolos
e disse-lhes:
J      «Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa,
antes de padecer;
pois digo-vos que não tornarei a comê-la,
até que se realize plenamente no reino de Deus».
N     Então, tomando um cálice, deu graças e disse:
J      «Tomai e reparti entre vós,
pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira,
até que venha o reino de Deus».
N     Depois tomou o pão e, dando graças,
partiu-o e deu-lho, dizendo:
J       «Isto é o meu corpo entregue por vós.
Fazei isto em memória de Mim».
N      No fim da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo:
J       «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue,
derramado por vós.
Entretanto, está comigo à mesa
a mão daquele que Me vai entregar.
O Filho do homem vai partir, como está determinado.
Mas ai daquele por quem Ele vai ser entregue!»
N     Começaram então a perguntar uns aos outros
qual deles iria fazer semelhante coisa.
Levantou-se também entre eles uma questão:
qual deles se devia considerar o maior?
Disse-lhes Jesus:
J       «Os reis da nações exercem domínio sobre elas
e os que têm sobre elas autoridade são chamados benfeitores.
Vós não deveis proceder desse modo.
O maior entre vós seja como o menor
e aquele que manda seja como quem serve.
Pois quem é o maior: o que está à mesa ou o que serve?
Não é o que está à mesa?
Ora Eu estou no meio de vós como aquele que serve.
Vós estivestes sempre comigo nas minhas provações.
E Eu preparo para vós um reino,
como meu Pai o preparou para Mim:
comereis e bebereis à minha mesa, no meu reino,
e sentar-vos-eis em tronos,
a julgar as doze tribos de Israel.
Simão, Simão, Satanás vos reclamou
para vos agitar na joeira como trigo.
Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.
E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos».
N     Pedro respondeu-Lhe:
R      «Senhor, eu estou pronto a ir contigo,
até para a prisão e para a morte».
N      Disse-lhe Jesus:
J       «Eu te digo, Pedro: não cantará hoje o galo,
sem que tu, por três vezes, negues conhecer-Me».
N     Depois acrescentou:
J       «Quando vos enviei sem bolsa nem alforge nem sandálias,
faltou-vos alguma coisa?».
N     Eles responderam que não lhes faltara nada.
Disse-lhes Jesus:
J      «Mas agora, quem tiver uma bolsa pegue nela,
bem como no alforge;
e quem não tiver espada venda a capa e compre uma.
Porque Eu vos digo
que se deve cumprir em Mim o que está escrito:
‘Foi contado entre os malfeitores’.
Na verdade, o que Me diz respeito está a chegar ao fim».
N     Eles disseram:
R      «Senhor, estão aqui duas espadas».
N      Mas Jesus respondeu:
J       «Basta».
N      Então saiu
e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras
e os discípulos acompanharam-n’O.
Quando chegou ao local, disse-lhes:
J        «Orai, para não entrardes em tentação».
N       Depois afastou-Se deles cerca de um tiro de pedra
e, pondo-Se de joelhos, começou a orar, dizendo:
J       «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice.
Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua».
N     Então apareceu-Lhe um Anjo, vindo do Céu, para O confortar.
Entrando em angústia, orava mais instantemente
e o suor tornou-se-Lhe como grossas gotas de sangue,
que caíam na terra.
Depois de ter orado,
levantou-Se e foi ter com os discípulos,
que encontrou a dormir, por causa da tristeza.
Disse-lhes Jesus:
J       «Porque estais a dormir?
Levantai-vos e orai, para não entrardes em tentação».
N     Ainda Ele estava a falar,
quando apareceu uma multidão de gente.
O chamado Judas, um dos Doze, vinha à sua frente
e aproximou-se de Jesus, para O beijar.
Disse-lhe Jesus:
J       «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do homem?»
N      Ao verem o que ia suceder,
os que estavam com Jesus perguntaram-Lhe:
R       «Senhor, vamos feri-los à espada?»
N      E um deles feriu o servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha direita.
Mas Jesus interveio, dizendo:
J       «Basta! Deixai-os».
N     E, tocando na orelha do homem, curou-o.
Disse então Jesus aos que tinham vindo ao seu encontro,
príncipes dos sacerdotes, oficiais do templo e anciãos:
J      «Vós saístes com espadas e varapaus,
como se viésseis ao encontro dum salteador.
Eu estava todos os dias convosco no templo
e não Me deitastes as mãos.
Mas esta é a vossa hora e o poder das trevas.
N    Apoderaram-se então de Jesus,
levaram-n’O e introduziram-n’O em casa do sumo sacerdote.
Pedro seguia-os de longe.
Acenderam uma fogueira no meio do pátio,
sentaram-se em volta dela
e Pedro foi sentar-se no meio deles.
Ao vê-lo sentado ao lume,
uma criada, fitando os olhos nele, disse:
R     «Este homem também andava com Jesus».
N     Mas Pedro negou:
R     «Não O conheço, mulher».
N     Pouco depois, disse outro, ao vê-lo:
R     «Tu também és um deles».
N     Mas Pedro disse:
R      «Homem, não sou».
N     Passada mais ou menos uma hora,
afirmava outro com insistência:
R      «Esse homem, com certeza, também andava com Jesus,
pois até é galileu».
N     Pedro respondeu:
R      «Homem, não sei o que dizes».
N      Nesse instante – ainda ele falava – um galo cantou.
O Senhor voltou-Se e fitou os olhos em Pedro.
Então Pedro lembrou-se da palavra do Senhor,
quando lhe disse:
‘Antes do galo cantar, Me negarás três vezes’.
E, saindo para fora, chorou amargamente.
Entretanto, os homens que guardavam Jesus
troçavam d’Ele e maltratavam-n’O.
Cobrindo-Lhe o rosto, perguntavam-Lhe:
R      «Adivinha, profeta: Quem te bateu?»
N      E dirigiam-Lhe muitos outros insultos.
Ao romper do dia,
reuniu-se o conselho dos anciãos do povo,
os príncipes dos sacerdotes e os escribas.
Levaram-n’O ao seu tribunal e disseram-Lhe:
R       «Diz-nos se Tu és o Messias».
N       Jesus respondeu-lhes:
J        «Se Eu vos disser, não acreditareis
e, se fizer alguma pergunta, não respondereis.
Mas o Filho do homem sentar-Se-á doravante
à direita do poder de Deus».
N      Disseram todos:
R       «Tu és então o Filho de Deus?»
N       Jesus respondeu-lhes:
J        «Vós mesmos dizeis que Eu sou».
N       Então exclamaram:
R       «Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Nós próprios o ouvimos da sua boca».
N      Levantaram-se todos e levaram Jesus a Pilatos.
N      Começaram a acusá-l’O, dizendo:
R       «Encontrámos este homem a sublevar o nosso povo,
a impedir que se pagasse o tributo a César
e dizendo ser o Messias-Rei».
N      Pilatos perguntou-Lhe:
R       «Tu és o Rei dos judeus?»
N       Jesus respondeu-lhe:
J        «Tu o dizes».
N      Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e à multidão:
R       «Não encontro nada de culpável neste homem».
N       Mas eles insistiam:
R       «Amotina o povo, ensinando por toda a Judeia,
desde a Galileia, onde começou, até aqui».
N       Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu;
e, ao saber que era da jurisdição de Herodes,
enviou-O a Herodes,
que também estava nesses dias em Jerusalém.
Ao ver Jesus, Herodes ficou muito satisfeito.
Havia bastante tempo que O queria ver,
pelo que ouvia dizer d’Ele,
e esperava que fizesse algum milagre na sua presença.
Fez-Lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu.
Os príncipes dos sacerdotes e os escribas que lá estavam
acusavam-n’O com insistência.
Herodes, com os seus oficiais, tratou-O com desprezo
e, por troça, mandou-O cobrir com um manto magnífico
e remeteu-O a Pilatos.
Herodes e Pilatos, que eram inimigos,
ficaram amigos nesse dia.
Pilatos convocou os príncipes dos sacerdotes,
os chefes e o povo, e disse-lhes:
R      «Trouxestes este homem à minha presença
como agitador do povo.
Interroguei-O diante de vós
e não encontrei n’Ele nenhum dos crimes de que O acusais.
Herodes também não, uma vez que no-l’O mandou de novo.
Como vedes, não praticou nada que mereça a morte.
Vou, portanto, soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
N      Pilatos tinha obrigação de lhes soltar um preso
por ocasião da festa.
E todos se puseram a gritar:
R       «Mata Esse e solta-nos Barrabás».
N       Barrabás tinha sido metido na cadeia
por causa de uma insurreição desencadeada na cidade
e por assassínio.
De novo Pilatos lhes dirigiu a palavra,
querendo libertar Jesus.
Mas eles gritavam:
R        «Crucifica-O! Crucifica-O!»
N       Pilatos falou-lhes pela terceira vez:
R       Mas que mal fez este homem?
Não encontrei n’Ele nenhum motivo de morte.
Por isso vou soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
N      Mas eles continuavam a gritar,
pedindo que fosse crucificado,
e os seus clamores aumentavam de violência.
Então Pilatos decidiu fazer o que eles pediam:
soltou aquele que fora metido na cadeia
por insurreição e assassínio,
como eles reclamavam,
e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.
N      Quando o conduziam,
lançaram mão de um certo Simão de Cirene,
que vinha do campo,
e puseram-lhe a cruz às costas,
para a levar atrás de Jesus.
Seguia-O grande multidão de povo
e mulheres que batiam no peito
e se lamentavam, chorando por Ele.
Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes:
J       «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim;
chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos;
pois dias virão em que se dirá:
‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram
e os peitos que não amamentaram’.
Começarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós’;
e às colinas: ‘Cobri-nos’.
Porque, se tratam assim a madeira verde,
que acontecerá à seca?».
N      Levavam ainda dois malfeitores
para serem executados com Jesus.
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário,
crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores,
um à direita e outro à esquerda.
Jesus dizia:
J        «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem».
N      Depois deitaram sortes,
para repartirem entre si as vestes de Jesus.
O povo permanecia ali a observar.
Por sua vez, os chefes zombavam e diziam:
R      «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo,
se é o Messias de Deus, o Eleito».
N      Também os soldados troçavam d’Ele;
aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam:
R       «Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo».
N       Por cima d’Ele havia um letreiro:
«Este é o rei dos judeus».
Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados
insultava-O, dizendo:
R       «Não és Tu o Messias?
Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».
N      Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o:
R      «Não temes a Deus,
tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça,
pois recebemos o castigo das nossas más ações.
Mas Ele nada praticou de condenável».
N      E acrescentou:
R       «Jesus, lembra-Te de mim,
quando vieres com a tua realeza».
N       Jesus respondeu-lhe:
J        «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».
N       Era já quase meio-dia,
quando as trevas cobriram toda a terra,
até às três horas da tarde,
porque o sol se tinha eclipsado.
O véu do templo rasgou-se ao meio.
E Jesus exclamou com voz forte:
J       «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito».
N      Dito isto, expirou.
N      Vendo o que sucedera,
o centurião deu glória a Deus, dizendo:
R       «Realmente este homem era justo».
N       E toda a multidão que tinha assistido àquele espetáculo,
ao ver o que se passava, regressava batendo no peito.
Todos os conhecidos de Jesus,
bem como as mulheres que O acompanhavam
desde a Galileia,
mantinham-se à distância, observando estas coisas.
N       Havia um homem chamado José, da cidade de Arimateia,
que era pessoa reta e justa e esperava o reino de Deus.
Era membro do Sinédrio, mas não tinha concordado
com a decisão e o proceder dos outros.
Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.
E depois de o ter descido da cruz,
envolveu-o num lençol
e depositou-o num sepulcro escavado na rocha,
onde ninguém ainda tinha sido sepultado.
Era o dia da Preparação
e começavam a aparecer as luzes do sábado.

Entretanto, as mulheres que tinham vindo com Jesus da Galileia
acompanharam José e observaram o sepulcro
e a maneira como fora depositado o corpo de Jesus.
No regresso, prepararam aromas e perfumes.
E no sábado guardaram o descanso, conforme o preceito.

«Hosana! Crucifica-O!…» Gritos de alegria! Gritos de ódio!… A mesma multidão! E o nosso grito hoje? Somos discípulos de Jesus quando tudo vai bem… e prontos a negá-l’O quando nos sentimos comprometidos com Ele? Durante a Semana Santa, tomemos o tempo de parar com Paulo a fim de revivificar a nossa fé em “Cristo Jesus imagem de Deus… abaixando-Se até à morte de Cruz… elevado acima de tudo…”. Ousemos proclamá-lo pela nossa vida “Cristo e Senhor para a glória do Pai”! Vivamos a Semana Santa na oração e na contemplação de Jesus Cristo, a essência do nosso ser e da comunhão de irmãos em Igreja!»

Deixas-me espantado, Senhor Jesus!
Tu abraças o sofrimento,
porque o teu amor é maior que as minhas falhas.
Fico admirado com a humildade
que escolhes livremente.
E a tua entrega traz bênção
às minhas memórias feridas.
Fico abismado com o perdão que me ofereces
e que me torna capaz de voar
para longe de tudo o que me prende.
In Rezar na Quaresma

Desejo a todos um abençoado Domingo de Ramos.
Abraço em Cristo.
Emília Simões

3 comentários:

  1. Hola estimada
    Muchas bendiciones en tu vida y sea esta fechas llenas de recogimiento un acontecimiento primordial y especial para crecer en fe y esperanza.
    abrazos.

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  2. Honra e toda glória à Aquele que abraçou todo o sofrimento de morte para que vivêssemos! Feliz Domingo de Ramos !

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  3. Muito lindo!!
    Desejo uma Santa e feliz Páscoa
    Bjs

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«Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.»
(João 14:6)
Muito obrigada por me ajudar a caminhar com Cristo!
Ailime