03 junho 2023

Solenidade da Santíssima Trindade (Ano A)

 A minha partilha deste fim de semana:

A Solenidade que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se esconde por detrás de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor.
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No Evangelho, João convida-nos a contemplar um Deus cujo amor pelos homens é tão grande, a ponto de enviar ao mundo o seu Filho único; e Jesus, o Filho, cumprindo o plano do Pai, fez da sua vida um dom total, até à morte na cruz, a fim de oferecer aos homens a vida definitiva. Nesta fantástica história de amor (que vai até ao dom da vida do Filho único e amado), plasma-se a grandeza do coração de Deus.
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Referências Bíblicas
Êxodo 34,4b-6.8-9
Salmo Daniel 3,52-256
2 Cor 13,11-13
Evangelho de S. João 3,16-18
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 Salmo Daniel 3,52-256

Refrão 1: Digno é o Senhor
de louvor e de glória para sempre.

Refrão 2: Louvor e glória ao Senhor para sempre.

Bendito sejais, Senhor, Deus dos nossos pais:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito o vosso nome glorioso e santo:
digno de louvor e de glória para sempre.

Bendito sejais no templo santo da vossa glória:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no trono da vossa realeza:
digno de louvor e de glória para sempre.

Bendito sejais, Vós que sondais os abismos
e estais sentados sobre os Querubins:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no firmamento dos céus:
digno de louvor e de glória para sempre.

Evangelho de São João 3,16-18

Naquele tempo,
disse Jesus a Nicodemos:
«Deus amou tanto o mundo
que entregou o seu Filho Unigénito,
para que todo o homem que acredita n’Ele
não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo
para condenar o mundo,
mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem acredita n’Ele não é condenado,
mas quem não acredita n’Ele já está condenado,
porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus».

(Qual é o objetivo de Deus ao enviar o seu Filho único ao encontro dos homens? É libertá-los do egoísmo, da escravidão, da alienação, da morte, e dar-lhes a vida eterna. Com Jesus – o Filho único que morreu na cruz – os homens aprendem que a vida definitiva está na obediência aos planos do Pai e no dom da vida aos homens, por amor).


Palavras para o caminho

Um Lar incandescente! Um “Braseiro de Amor”, que tem como característica comunicar-se e nos tornar participantes do seu Amor, da sua Vida. «Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho Unigénito”, diz-nos S. João. Quanto a Paulo, propõe-nos alguns pontos de atenção para que os nossos diferentes lugares de vida – família, trabalho, bairro – se tornem verdadeiros “lares de amor”: sem pretensão, mas à imagem da Trindade!


Com o meu abraço na paz de Cristo.
Ailime

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29 maio 2023

Mês de Maria (5)


 Ficamos abismados e estupefactos

pela infinita humildade,

pela enorme maturidade e naturalidade

com que Maria assume o Mistério,

no meio de uma imensa solidão.

A história toda não será

suficiente para agradecer

e admirar tanta grandeza.

Foi uma cena inenarrável.

Maria, consciente

da sua decisão, cheia de paz,

de pé, solitária, sem consultar ninguém,

sem ter qualquer ponto

de apoio humano, sai de si mesma,

dá o grande salto, confia,

permite e...entrega-se.

Ignacio de Larrañaga



27 maio 2023

Solenidade de Pentecostes (Ano A)

 A minha partilha deste fim de semana:

O tema deste domingo é, evidentemente, o Espírito Santo. Dom de Deus a todos os crentes, o Espírito dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz nascer o Homem Novo.
O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até às últimas consequências.

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Referências Bíblicas:
Atos dos Apóstolos 2,1-11
Salmo 103 (104)
1 Coríntios 12,3b-7.12-13
Evangelho de S. João 20,19-23
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Salmo 103 (104)

Refrão 1: Enviai, Senhor, o vosso Espírito, e renovai a face da terra.

Refrão 2: Mandai, Senhor, o vosso Espírito, e renovai a terra.

Refrão 3: Aleluia.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
Senhor, meu Deus, como sois grande!
Como são grandes, Senhor, as vossas obras!
A terra está cheia das vossas criaturas.

Se lhes tirais o alento, morrem
e voltam ao pó donde vieram.
Se mandais o vosso espírito, retomam a vida
e renovais a face da terra.

Glória a Deus para sempre!
Rejubile o Senhor nas suas obras.
Grato Lhe seja o meu canto
e eu terei alegria no Senhor.


Evangelho de S. João 20,19-23

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana,
estando fechadas as portas da casa
onde os discípulos se encontravam,
com medo dos judeus,
veio Jesus, colocou Se no meio deles e disse lhes:
«A paz esteja convosco».
Dito isto, mostrou lhes as mãos e o lado.
Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor.
Jesus disse lhes de novo:
«A paz esteja convosco.
Assim como o Pai Me enviou,
também Eu vos envio a vós».
Dito isto, soprou sobre eles e disse lhes:
«Recebei o Espírito Santo:
àqueles a quem perdoardes os pecados ser lhes serão perdoados;
e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».
(As comunidades construídas à volta de Jesus são animadas pelo Espírito. O Espírito é esse sopro de vida que transforma o barro inerte numa imagem de Deus, que transforma o egoísmo em amor partilhado, que transforma o orgulho em serviço simples e humilde… É Ele que nos faz vencer os medos, superar as cobardias e fracassos, derrotar o ceticismo e a desilusão, reencontrar a orientação, readquirir a audácia profética, testemunhar o amor, sonhar com um mundo novo.


Palavras para reflexão:
As nossas comunidades são, antes de mais, comunidades que se organizam e estruturam à volta de Jesus? Jesus é o nosso modelo de referência? É com Ele que nos identificamos, ou é num qualquer ídolo de pés de barro que procuramos a nossa identidade? Se Ele é o centro, a referência fundamental, têm algum sentido as discussões acerca de coisas não essenciais, que às vezes dividem os crentes?


Desejo a todos um abençoado Domingo de Pentecostes.
Com o meu abraço,
 na paz de Cristo Ressuscitado!
Ailime

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23 maio 2023

Mês de Maria (4)

 


Entender? Saber? Isso não é

o mais importante. Maria também

não entendeu as palavras

do Menino de doze anos; no entanto,

também nesse caso a sua reação

foi sublime. O importante não é

o conhecimento mas a fé,

e certamente Maria escalou

nesse dia a mais alta montanha.


Ignacio de Larrañaga

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20 maio 2023

7º Domingo da Páscoa - (Ano A) Solenidade da Ascensão do Senhor

A minha partilha deste fim de semana:


A Festa da Ascensão de Jesus, que hoje celebramos, sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere também que Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projeto libertador de Deus para os homens e para o mundo.
O Evangelho apresenta o encontro final de Jesus ressuscitado com os seus discípulos, num monte da Galileia. A comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus ressuscitado, reconhece-O como o seu Senhor, adora-O e recebe d’Ele a missão de continuar no mundo o testemunho do “Reino”.
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Referências Bíblicas
Atos  dos Apóstolos 1,1-11
Salmo 46 (47)
Efésios 1,17-23
Evangelho de Mateus 28,16-20


Salmo 46 (47)

Refrão 1: Por entre aclamações e ao som da trombeta,
ergue Se Deus, o Senhor.

Refrão 2: Ergue-Se Deus, o Senhor,
em júbilo e ao som da trombeta.

Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com brados de alegria,
porque o Senhor, o Altíssimo, é terrível,
o Rei soberano de toda a terra.

Deus subiu entre aclamações,
o Senhor subiu ao som da trombeta.
Cantai hinos a Deus, cantai,
cantai hinos ao nosso Rei, cantai.

Deus é Rei do universo:
cantai os hinos mais belos.
Deus reina sobre os povos,
Deus está sentado no seu trono sagrado.

Conclusão do santo Evangelho segundo São Mateus.

(28, 16-20)

Naquele tempo,
os onze discípulos partiram para a Galileia,
em direção ao monte que Jesus lhes indicara.
Quando O viram, adoraram n’O;
mas alguns ainda duvidaram.
Jesus aproximou Se e disse lhes:
«Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra.
Ide e ensinai todas as nações,
batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei.
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».
(Ao reconhecimento e à adoração dos discípulos, segue-se uma manifestação do mistério de Jesus, que reflete a fé da comunidade de Mateus: Jesus é o “Kyrios”, que possui todo o poder sobre o mundo e sobre a história; Jesus “o mestre”, cujo ensinamento será sempre uma referência para os discípulos; Jesus é o “Deus-connosco”, que acompanhará, a par e passo, a caminhada dos discípulos pela história).

Palavras para o caminho

Ide! Somos “clientes habituais” da Palavra de Deus. Tantas vezes escutada, não tem eco vibrante na nossa vida. “Ide e ensinai todas as nações, batizando-os…”. Jesus chama e envia sem cessar e sem cansar. Como é que há tão poucas respostas? Qual a minha resposta?

Com o meu abraço na paz de Cristo Ressuscitado!
Ailime



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16 maio 2023

Mês de Maria (3)

A grandeza de Maria não consiste

em imaginarmos que ela nunca

foi assaltada pela confusão.

Consiste, isso sim, em que,

quando não entende qualquer coisa,

Maria não reage com angústia,

impaciência, irritação,

ansiedade ou susto.

Ignacio de Larrañaga

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13 maio 2023

6º Domingo da Páscoa (Ano A)

 A minha partilha deste fim de semana: 

«A liturgia do 6º Domingo da Páscoa convida-nos a descobrir a presença – discreta, mas eficaz e tranquilizadora – de Deus na caminhada histórica da Igreja. A promessa de Jesus – “não vos deixarei órfãos” – pode ser uma boa síntese do tema.
O Evangelho apresenta-nos parte do “testamento” de Jesus, na ceia de despedida, em Quinta-feira Santa. Aos discípulos, inquietos e assustados, Jesus promete o “Paráclito”: Ele conduzirá a comunidade cristã em direção à verdade; e levá-la-á a uma comunhão cada vez mais íntima com Jesus e com o Pai. Dessa forma, a comunidade será a “morada de Deus” no mundo e dará testemunho da salvação que Deus quer oferecer aos homens.»

Referências Bíblicas:
Atos dos Apóstolos 8,5-8.14-17
Salmo 65 (66)
1 Epístola de S. Pedro 3,15-18
Evangelho de S. João 14,15-21


Salmo 65 (66)

Refrão 1: A terra inteira aclame o Senhor.

Refrão 2: Aleluia.

Aclamai a Deus, terra inteira,
cantai a glória do seu nome,
celebrai os seus louvores,
dizei a Deus: «Maravilhosas são as vossas obras».

«A terra inteira Vos adore e celebre,
entoe hinos ao vosso nome».
Vinde contemplar as obras de Deus,
admirável na sua ação pelos homens.

Todos os que temeis a Deus, vinde e ouvi,
vou narrar vos quanto Ele fez por mim.
Bendito seja Deus que não rejeitou a minha prece,
nem me retirou a sua misericórdia.


Evangelho de São João 14,15-21

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
«Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos.
E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Defensor,
para estar sempre convosco:
o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber,
porque não O vê nem O conhece,
mas que vós conheceis,
porque habita convosco e está em vós.
Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós.
Daqui a pouco o mundo já não Me verá,
mas vós ver-Me-eis, porque Eu vivo e vós vivereis.
Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai
e que vós estais em Mim e Eu em vós.
Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre,
esse realmente Me ama.
E quem Me ama será amado por meu Pai
e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».

(Depois de garantir aos discípulos o envio do “Paráclito”, Jesus reafirma aos discípulos que não os deixará “órfãos” no mundo. A palavra utilizada (“órfãos”) é muito significativa: no Antigo Testamento, o “órfão” é o protótipo do desvalido, do desamparado, do que está totalmente à mercê dos poderosos e que é a vítima de todas as injustiças. Jesus é claro: os seus discípulos não vão ficar indefesos, pois Ele vai estar ao lado deles.
É verdade que Ele vai deixar o mundo, vai para o Pai. O “mundo” deixará de vê-l’O, pois Ele não estará fisicamente presente. No entanto, os discípulos poderão “vê-l’O” (“contemplá-l’O”): eles continuarão em comunhão de vida com Jesus e receberão o Espírito que lhes transmitirá, dia a dia, a vida de Jesus ressuscitado (vers. 18-19).)


Palavras para o caminho
Dar razões da Esperança que habita em nós… Num mundo em busca de sentido, temos consciência de que cabe a cada um de nós anunciar Aquele que nos faz viver? “Dar razões”… passa pela qualidade do nosso amor, oferecido a todos sem condição, na doçura e no respeito das diferenças…


Com o meu abraço na paz 
de Cristo Ressuscitado.
Ailime

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09 maio 2023

Mês de Maria (2)


Maria, com o seu faça-se,

entra em cheio na caudalosa

e profunda corrente dos Pobres de Deus,

os que nunca perguntam, questionam

ou protestam, mas que se abandonam

em silêncio e depositam a sua confiança

nas mãos todo-poderosas

e todo-carinhosas do seu querido

Senhor e Pai.

Ignacio de Larrañaga

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