23 julho 2011

Descanso em Deus


Há momentos nas nossas vidas em que se torna necessário parar um pouco, descansar também dos afazeres profissionais ou outros para retemperar forças, ganhar um novo ânimo para recomeçarmos em pleno as nossas actividades sejam elas quais forem.

As férias, por que todos ambicionamos e todos merecemos estão a transformar-se num tempo vivido cada vez com maior ansiedade, em correrias desmedidas e por vezes regressamos mais cansados do que quando partimos.

Nos tempos que correm tudo é muito rápido e vive-se com muita pressa, com grande avidez como se tentássemos dominar o tempo esquecendo-nos, muitas vezes, do essencial.

Este tempo em que rodeados pela família que amamos ou visitando outros familiares distantes, em que nos deliciamos com o sol e o mar ou repousamos em campos frondosos de águas frescas ou simplesmente ficamos em nossas casas deve ser também um tempo de descanso em Deus.

Será que já tínhamos pensado nisto?

Há uns anos atrás um sacerdote que esteve na minha paróquia lembrava-nos sempre, neste tempo de verão, para não nos esquecermos de levar Deus connosco para férias.

E como isto é importante na minha vida, como pode ser precioso na vida de todos nós.

Lembrou-me disto mesmo uma amiga num e-mail que me enviou com um texto de Margarida Alvim, Fundação Evangelização e Culturas, do qual retirei os excertos que abaixo partilho com todos vós:

“Vá para fora cá dentro!”, ouvimos nos anúncios de promoção do turismo em Portugal. Em tempo de crise, esta é capaz de ser mesmo uma grande oportunidade de passear mais no nosso país, de descobrir toda a sua beleza, por vezes ali mesmo ao virar da esquina. Oportunidade para valorizar a serenidade de dias com tempo, sem pressas.”

E continua noutra passagem:

“Vá para fora por dentro!”, este poderia ser o mote para umas férias de fundo, em que a paragem exterior é acompanhada por uma renovação interior. Fazer silêncio e ir abrandando os motores, deixando a poeira assentar, deixando vir ao de cima tudo o que vai ficando abafado com o imediato do dia a dia. Ordenar a vida, arrumar “a casa”, perceber o que me tem vindo a cansar ao longo do ano, perceber onde me encontro, onde descanso, onde me sinto em paz, e onde me sinto dividido. Dar tempo às limpezas internas, deixando o sol entrar bem por todos os poros. Isto sim: é descansar.”

E mais adiante,

“Encarar as férias como tempo para voltar ao essencial faz com que a nossa atenção fique mais desperta, a nossa sensibilidade mais apurada. Tudo passa a ocupar o lugar que lhe é devido e ficamos mais preparados para viver cada dia agradecidos, enfrentando com mais força as dificuldades que vão surgindo. O regresso ao dia a dia e ao trabalho será mais suave e com mais sentido.”

Conclui:

“É o Senhor que nos diz “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mt 11, 25-30). Pois é isso mesmo, aqui está um bom convite para estas férias!”

Meus amigos e amigas de caminhada e para quem também passa em silêncio informo que durante algum tempo vou estar ausente deste espaço deixando um beijinho para todos e desejando que o Senhor esteja sempre presente na vida de todos nós.

Até breve.

Ailime
23.07.2011
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17 julho 2011

A Parábola do Trigo e do Joio

A liturgia do 16º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir o Deus paciente e cheio de misericórdia, a quem não interessa a marginalização do pecador, mas a sua integração na comunidade do “Reino”; e convida-nos, sobretudo, a interiorizar essa “lógica” de Deus, deixando que ela marque o olhar que lançamos sobre o mundo e sobre os homens.

Do Evangelho de S. Mateus 13 (24-30)


A Parábola do Trigo e do Joio

Jesus disse às multidões mais esta parábola:


“O reino dos Céus pode comparar-se a um homem

que semeou boa semente no seu campo.

Enquanto todos dormiam, veio o inimigo,

semeou joio no meio do trigo e foi-se embora.

Quando o trigo cresceu e deu fruto,

apareceu também o joio.

Os servos do dono da casa foram dizer-lhe:

‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo?

Donde vem então o joio?

Ele respondeu-lhes: ‘Foi um inimigo que fez isso’.

Disseram-lhe os servos:

‘Queres que vamos arrancar o joio?’

‘Não! – disse ele –

não suceda que, ao arrancardes o joio,

arranqueis também o trigo.

Deixai-os crescer ambos até à ceifa

e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros:

Apanhai primeiro o joio e atai-o em molhos para queimar;

e ao trigo, recolhei-o no meu celeiro’“.


 “A paciência de Deus” com o joio convida-nos também a rejeitarmos as atitudes de rigidez, de intolerância, de incompreensão, de vingança, nas nossas relações com os nossos irmãos. O “senhor” da parábola não aceita a intolerância, a impaciência, o radicalismo dos “servos” que pretendem “cortar o mal pela raiz” e arrancar o mal (correndo o risco de serem injustos, de se enganarem e de meterem mal e bem no mesmo saco). Às vezes, somos demasiados ligeiros em julgar e condenar, como se as coisas fossem claras e tudo fosse, sem discussão, claro ou escuro… A Palavra de Deus convida-nos a moderar a nossa dureza, a nossa intolerância, a nossa intransigência e a contemplar os irmãos (com as suas falhas, defeitos, diferenças, comportamentos religiosa ou socialmente incorrectos) com os olhos benevolentes, compreensivos e pacientes de Deus.



Bendito sejas, ó Pai, pelo Reino dos céus, que manifestas no meio de nós e em nós. Ele é o bom grão que semeaste para renovar a nossa terra, ele é a semente que cresce e o fermento que age.
Nós Te pedimos: que o teu Espírito nos torne pacientes. Diante do mal, mantém-nos confiantes na presença e na força do teu Reino.


In: Sacerdotes do Coração de Jesus - Dehonianos
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Ailime
17.06.2011