Se
"Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa!
De crer em ti quando todos estão duvidando
E para estes , no entanto ,achar uma desculpa!
Se és capaz de esperar sem te desesperes
Ou enganado não mentir ao mentiroso;
Ou sendo odiado , sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais , nem pretensioso.
Se és capaz de pensar, sem que a isso só te atires;
De sonhar, sem fazer dos sonhos teus senhores;
E se encontrando a desgraça e o triunfo, conseguires
Tratar da mesma forma esses dois impostores
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas, as verdades que dissestes,
E as cousas por que deste a vida, estraçalhadas,
E refaze-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar, em uma única parada,
Tudo que ganhaste em toda a tua vida,
E perder, e ao perder, sem nunca dizer nada.
Resignado retornar ao ponto da partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que ainda nele existe;
E persistir, assim quando, exausto, contudo
Resta a vontade em ti, que ainda ordena, persiste!
Se és capaz de entre a plebe não te corromperes,
E, entre reis não perderes a naturalidade.
E de amigos, quer bons quer maus, te defenderes,
Se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao minuto fatal todo o valor e brilho,
Tua é a terra, com tudo que existe no mundo,
E, o que é muito mais - é um HOMEM , meu filho! "
(Rudyard Kipling )
Prémio Nobel da Literatura em 1907