03 fevereiro 2024

5º Domingo do Tempo Comum (Ano B)

 A minha partilha deste fim de semana:

A liturgia do 5.º Domingo do Tempo Comum coloca-nos face a questões que, desde sempre, inquietaram os seres humanos: qual o sentido do sofrimento e da dor que acompanham a caminhada do homem pela terra? Qual a “posição” de Deus face aos dramas que marcam a nossa existência? A Palavra de Deus que hoje escutamos não tem respostas absolutas para estas questões; mas deixa-nos uma certeza fundamental: o projeto que Deus tem para nós não é um projeto de morte, mas é um projeto de felicidade e de vida sem fim.

No Evangelho manifesta-se a eterna preocupação de Deus com a felicidade dos seus filhos. Na ação libertadora de Jesus em favor dos homens, começa a manifestar-se esse mundo novo sem sofrimento, sem opressão, sem exclusão que Deus sonhou para os seus filhos e filhas. O texto sugere, ainda, que a ação de Jesus tem de ser continuada pelos seus discípulos.

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Referências Bíblicas
Job 7,1-4.6-7
Salmo 146 (147)
1 Coríntios 9,16-19.22-23
Evangelho de  S. Marcos 1,29-39
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Salmo 146 (147)

Refrão:  Louvai o Senhor, que salva os corações atribulados.

Louvai o Senhor, porque é bom cantar,
é agradável e justo celebrar o seu louvor.
O Senhor edificou Jerusalém,
congregou os dispersos de Israel.


Sarou os corações dilacerados
e ligou as suas feridas.
Fixou o número das estrelas
e deu a cada uma o seu nome.


Grande é o nosso Deus e todo-poderoso,
é sem limites a sua sabedoria.
O Senhor conforta os humildes
e abate os ímpios até ao chão.

  Evangelho de São Marcos 1,29-39

Naquele tempo,
Jesus saiu da sinagoga
e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André.
A sogra de Simão estava de cama com febre
e logo Lhe falaram dela.
Jesus aproximou-Se, tomou-a pela mão e levantou-a.
A febre deixou-a e ela começou a servi-los.
Ao cair da tarde, já depois do sol posto,
trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos
e a cidade inteira ficou reunida diante da porta.
Jesus curou muitas pessoas,
que eram atormentadas por várias doenças,
e expulsou muitos demónios.
Mas não deixava que os demónios falassem,
porque sabiam qual Ele era.
De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu.
Retirou-Se para um sítio ermo
e aí começou a orar.
Simão e os companheiros foram à procura d’Ele
e, quando O encontraram, disseram-Lhe:
«Todos Te procuram».
Ele respondeu-lhes:
«Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas,
a fim de pregar aí também,
porque foi para isso que Eu vim».
E foi por toda a Galileia,
pregando nas sinagogas e expulsando os demónios.

(Na multidão que se concentra à porta da “casa de Pedro”, podemos ver a imensa multidão de seres humanos que, à nossa volta, todos os dias grita a sua frustração pela guerra, pela violência, pela injustiça, pela miséria, pela exclusão, pela solidão, pela falta de amor… A Igreja de Jesus Cristo (a “casa de Pedro”) tem nas mãos a proposta libertadora que recebeu do próprio Jesus e que deve ser oferecida a todos estes irmãos que vivem prisioneiros de um sofrimento sem esperança.)

Para a semana que segue
Anunciar o Evangelho… “Ai de mim se não evangelizar!” Não nos é pedido o impossível, mas talvez, numa ou noutra ocasião, poderíamos testemunhar a nossa fé nesta “Boa Nova”: na nossa maneira de reagir face às preocupações da vida (preocupações materiais face à grave crise económica que estamos a passar em todo o mundo, problemas de saúde, incertezas nas nossas relações), na nossa maneira de misturar ou não Deus nos problemas dos homens, nas palavras de alívio que podemos dizer a todo aquele que procura, que duvida, que sofre, ou ainda nas palavras de esperança que podemos ousar dizer, com respeito, face a uma situação difícil… Anunciar o Evangelho é, talvez, deixar simplesmente transparecer a força do Evangelho que nos habita…

A minha interpelação:
Será que dou testemunho da Palavra do Senhor? Será que, pelo menos, conforto os irmãos que sofrem?


Com o meu abraço na paz de Cristo!
Emília Simões

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29 janeiro 2024

Ainda o 4º Domingo do Tempo Comum (Ano B)

 Ontem celebrou-se o 4º Domingo do Tempo Comum (Ano B).

Transcrevo o Salmo e Evangelho deste Domingo que nos «reafirma a irreversível decisão de Deus de oferecer aos homens, em cada passo do caminho que percorrem na história, a Vida e a salvação».

Salmo 94(95)

Se hoje ouvirdes a voz do Senhor,
              não fecheis os vossos corações.

Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos a Deus, nosso Salvador.
Vamos à sua presença e dêmos graças,
ao som de cânticos aclamemos o Senhor.

Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou;
pois Ele é o nosso Deus
e nós o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.

Quem dera ouvísseis hoje a sua voz:
«Não endureçais os vossos corações,
como em Meriba, como no dia de Massa no deserto,
onde vossos pais Me tentaram e provocaram,
apesar de terem visto as minhas obras».


Evangelho de São Marcos 1, 21-28
Jesus chegou a Cafarnaum
e quando, no sábado seguinte, entrou na sinagoga
e começou a ensinar,
todos se maravilhavam com a sua doutrina,
porque os ensinava com autoridade
e não como os escribas.
Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro,
que começou a gritar:
«Que tens Tu a ver conosco, Jesus Nazareno?
Vieste para nos perder?
Sei quem Tu és: o Santo de Deus».
Jesus repreendeu-o, dizendo:
«Cala-te e sai desse homem».
O espírito impuro, agitando-o violentamente,
soltou um forte grito e saiu dele.
Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros:
«Que vem a ser isto?
Uma nova doutrina, com tal autoridade,
que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe!»
E logo a fama de Jesus se divulgou por toda a parte,
em toda a região da Galileia.
(Para Marcos, este primeiro episódio é uma espécie de apresentação de um programa de ação: Jesus veio ao encontro dos homens para os libertar de tudo aquilo que lhes rouba a vida. A libertação que Deus quer oferecer à humanidade está a acontecer. O “Reino de Deus” instalou-se no mundo. Jesus, cumprindo o projeto libertador de Deus, pela sua Palavra e pela sua ação, renova e transforma em homens livres todos aqueles que vivem prisioneiros do egoísmo, do pecado e da morte.)


Para a Semana que segue
Encontros com o Senhor… Os nossos dias, a nossa semana, podem ser pontuadas com encontros, mesmo curtos, com o Senhor: momentos de oração (sozinhos, em casal, em família, em comunidade), celebrações na paróquia ou na comunidade religiosa, momentos de meditação da Palavra de Deus; gestos e encontros para servir os mais pequenos. Agradar ao Senhor, colocando o nosso quotidiano sob o seu olhar: procurar fazer o ponto da situação, em cada noite, com Ele.

Desejo-vos uma boa semana.
Com o meu abraço na paz de Cristo.
Emília

Imagens Google