A minha partilha quaresmal para este Sábado:
“Sofrer não importa, só lhe poderá fazer bem: o que é essencial é que você nunca decline o sofrimento. Também não importa que proteste, que se abata, que desanime, que chore e lance clamores: mas renunciar, nunca. Quando nos piores momentos lhe aparecer o tentador e lhe mostrar, em face da sua solidão, a companhia que sempre têm os simples, quando lhe mostrar, em face das suas incertezas, a segurança dos outros, que nunca haja no seu coração nem um leve movimento de ceder: esteja nos seus quarenta dias no deserto e aprenda que esses quarenta dias significam a vida inteira. Pense sempre: como posso eu recusar este dom magnífico do sofrimento? Acharam-me digno de o levar comigo e hei-de pô-lo de parte? Confiaram-me o tesouro do rei e hei-de abandoná-lo, atirá-lo às silvas do caminho? Haja o que houver, suporte; quando não puder ir de pé, vá de joelhos, depois arraste-se, mas avance sempre enquanto possa e nunca largue o tesouro”.
Prece
Senhor ajuda-me a seguir-Te até ao Calvário, ajuda-me a acolher todos os que vou encontrando pelo caminho, ajuda-me a abrir o meu coração à Tua Vontade.
Que pelo sofrimento eu nunca desista de Te amar antes aprenda o milagre desse Tesouro que és Tu e possa merecer comungar da Páscoa da Tua Ressurreição.
Ailime
Texto acima:
Agostinho da Silva
In: Sete Cartas a Um Jovem Filósofo
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