10 junho 2011

Senhora do Silêncio


Mãe do Silêncio e da Humildade, tu vives perdida e encontrada
no mar sem fundo do Mistério do Senhor.
Tu és disponibilidade e receptividade.
Tu és fecundidade e plenitude.
Tu és atenção e solicitude pelos irmãos.
Estás revestida de fortaleza.

Resplandecem em ti a maturidade humana
e a elegância espiritual.
És senhora de ti mesma antes de ser Nossa Senhora.
Em ti não existe dispersão.

Em um acto de simples e total, tua alma, toda imóvel,
está paralisada e identificada com o Senhor.
Estás em Deus, e Deus em ti.
O Mistério total te envolve
e te penetra e te possui,
ocupa e entrega todo o teu ser.

Parece que em ti tudo ficou parado,
tudo se identificou contigo: o tempo, o espaço,
a palavra, a música, o silêncio, a mulher, Deus.
Tudo ficou assumido em ti, e divinizado.

Jamais se viu figura humana de tamanha doçura,
nem se voltará a ver nesta terra
uma mulher tão inefavelmente evocadora.
Entretanto, teu silênco
não é a ausência mas presença.

Estás abismada no Senhor e, ao mesmo tempo,
atenta aos irmãos, como em Caná.
A comunicação nunca é tão profunda como
quando não se diz nada, e o silêncio
nunca é tão eloquente como quando nada se comunica.

Faze-nos compreender que o silêncio não é
desinteresse pelos irmãos, mas fonte
de energia e de irradiação,
não é encolhimento mas projecção.
Faze-nos compreender que,
para derramar, é preciso preencher-se.

Afoga-se o mundo no mar da dispersão,
e não é possível
amar os irmãos com um coração disperso.
Faze-nos compreender que o apostolado,
sem silêncio, é alienação, e que o silêncio,
sem apostolado, é comodidade.

Envolve-nos em teu manto de silêncio e comunica-nos
a fortaleza de tua FÉ, a altura de tua Esperança
e a profundidade de teu Amor.
Fica com os que ficam e vem com os que partem.
Ó Mãe Admirável do Silêncio!

Autor: Frei Inácio Larrañaga.
(Frei Ignácio Larrañaga (Azpeitia, Espanha, 1928) - o "Profeta da Oração", sacerdote capuchinho, é o fundador das Oficinas de Oração e Vida)

Ailime
10.06.2011
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05 junho 2011

7º Domingo da Páscoa - Ascensão do Senhor


A Festa da Ascensão de Jesus, que hoje celebramos, sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere também que Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projecto libertador de Deus para os homens e para o mundo.


Leitura dos Actos dos Apóstolos (Actos 1,1-11)


No meu primeiro livro, ó Teófilo,
narrei todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar,
até ao dia em que foi elevado ao Céu,
depois de ter dado, pelo Espírito Santo,
as suas instruções aos Apóstolos que escolhera.
Foi também a eles que, depois da sua paixão,
Se apresentou vivo com muitas provas,
aparecendo lhes durante quarenta dias
e falando lhes do reino de Deus.
Um dia em que estava com eles à mesa,
mandou lhes que não se afastassem de Jerusalém,
mas que esperassem a promessa do Pai,
«do Qual disse Ele Me ouvistes falar.
Na verdade, João baptizou com água;
vos, porém, sereis baptizados no Espírito Santo,
dentro de poucos dias».
Aqueles que se tinham reunido começaram a perguntar:
«Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?»
Ele respondeu lhes:
«Não vos compete saber os tempos ou os momentos
que o Pai determinou com a sua autoridade;
mas recebereis a força do Espírito Santo,
que descerá sobre vós,
e sereis minhas testemunhas
em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria
e até aos confins da terra».
Dito isto, elevou Se à vista deles
e uma nuvem escondeu O a seus olhos.
E estando de olhar fito no Céu, enquanto Jesus Se afastava,
apresentaram se lhes dois homens vestidos de branco,
que disseram:
«Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu?
Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu,
virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu».

Senhor dou-Te graças pela Tua presença entre nós.
Peço-te que  em mim se faça a Tua vontade e que em muitos corações principalmente dos mais jovens cresça a vontade de Te Seguirem para que  possam dar testemunho de Teu Filho, Jesus, até ao final dos tempos.
Que assim seja para Glória de Deus Pai!

Texto de apoio:
Bíblia sagrada
Conferência Episcopal Portuguesa, Liturgia
Ailime
05.06.2011
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