Vivo o meu país atravessado no peito,
onde do alto de serranias avisto paisagens de belezas invulgares
e fico estupefacta, como foi possível, que muitos dos meus irmãos antepassados pudessem ter vivido nos socalcos por eles construídos naquelas montanhas, tendo como abrigo as suas humildes casas de pedra, isolados de todo um mundo, não muito longínquo mas que lhes era negado.
Ali nasciam, ali constituíam as suas famílias e ali trabalhavam para o sustento de todos!
Tinham a envolvê-los aqueles imensos horizontes com odor a solidão, a que se habituavam sem queixumes e de que modos se conformariam!
Para se deslocarem, percorrendo quilómetros e quilómetros, tinham apenas os seus pés doridos para, por entre declives e penhascos, encontrarem apenas um pouco do quase nada que lhes pudesse dar um pouco mais de sabor às suas vidas agrestes.
Continuo a minha viagem por entre as mesmas serranias, confortavelmente, desfrutando do que agora consideramos todos uma verdadeira maravilha, por entre o imponente arvoredo (algum, entretanto, fustigado pelas chamas do fogo invasor) e não me sai da cabeça, como seria difícil o dia a dia de todas aquelas pessoas, vivendo como que alcandoradas nas vertentes das suas vidas!
Seriam pessoas de muita fé, pois aqui e ali vêem-se pequenas igrejas onde, em romaria, pediriam ao Pai do Céu que os ajudasse a transportar as suas cruzes e os protegesse de todos os males que por desventura os assolassem!
E, assim foram vivendo, sabe-se lá como, gerações e gerações de almas, até há muito poucos anos atrás!
E, isto dói-me.
Dói-me muito, porque em muitos outros locais do meu país a maioria das pessoas vivia pobremente e também isolada do “resto do mundo”.
Mas, este outro mundo, que tento descrever agora, que nos últimos dias me deslumbrou com todo o seu encanto ímpar, situa-se bem no centro do meu país, não muito distante de cidades de cultura e saberes e de outras onde o desenvolvimento coexistia!
Ailime
27.09.2008
onde do alto de serranias avisto paisagens de belezas invulgares
e fico estupefacta, como foi possível, que muitos dos meus irmãos antepassados pudessem ter vivido nos socalcos por eles construídos naquelas montanhas, tendo como abrigo as suas humildes casas de pedra, isolados de todo um mundo, não muito longínquo mas que lhes era negado.
Ali nasciam, ali constituíam as suas famílias e ali trabalhavam para o sustento de todos!
Tinham a envolvê-los aqueles imensos horizontes com odor a solidão, a que se habituavam sem queixumes e de que modos se conformariam!
Para se deslocarem, percorrendo quilómetros e quilómetros, tinham apenas os seus pés doridos para, por entre declives e penhascos, encontrarem apenas um pouco do quase nada que lhes pudesse dar um pouco mais de sabor às suas vidas agrestes.
Continuo a minha viagem por entre as mesmas serranias, confortavelmente, desfrutando do que agora consideramos todos uma verdadeira maravilha, por entre o imponente arvoredo (algum, entretanto, fustigado pelas chamas do fogo invasor) e não me sai da cabeça, como seria difícil o dia a dia de todas aquelas pessoas, vivendo como que alcandoradas nas vertentes das suas vidas!
Seriam pessoas de muita fé, pois aqui e ali vêem-se pequenas igrejas onde, em romaria, pediriam ao Pai do Céu que os ajudasse a transportar as suas cruzes e os protegesse de todos os males que por desventura os assolassem!
E, assim foram vivendo, sabe-se lá como, gerações e gerações de almas, até há muito poucos anos atrás!
E, isto dói-me.
Dói-me muito, porque em muitos outros locais do meu país a maioria das pessoas vivia pobremente e também isolada do “resto do mundo”.
Mas, este outro mundo, que tento descrever agora, que nos últimos dias me deslumbrou com todo o seu encanto ímpar, situa-se bem no centro do meu país, não muito distante de cidades de cultura e saberes e de outras onde o desenvolvimento coexistia!
Ailime
27.09.2008
Imagens tiradas da Net
Um encanto tua fé e teu blog
ResponderEliminarmil bjs,bommmmm diaaaaaaa!!!
Esses recantos escondidos exercem grande fascínio em mim.
ResponderEliminaràs vezes sonho com uma casinha assim no meio do nada, onde me parece que me sentiria tão bem...
Bom domingo e boa semana
Beijinhos
Foram pessoas que não cruzaram os braços e lutaram de corpo e alma pelas suas vidas. A benção que tiveram foi poderem viver no meio de tamanha beleza.
ResponderEliminarPassei aqui por acaso, mas resolvi comentar, também para lhe dizer que gosto muito deste seu recanto.
beijinho
Que belo o teu texto e quanta sensibilidade nos passa por teu amor ao semelhante que sofreu e sofre. Teu blog é belíssimo e me cativou. Voltarei vezes mais.
ResponderEliminarFraternos abraços
Paisagens e recantos que nos mostram não só a beleza como as fragilidades do nosso país tão desigual...
ResponderEliminarUm beijo.
Querida e Doce Ailime, bonitas fotos, mas é realmente impressionante como vivem pessoas nessas condições! Sim, só sendo pessoas muito humildes, com muita fé e com muito amor à sua Terra é que aguentam andar kms e kms por entre declives e penhascos para arranjarem o seu sustento. Emocionante esta sua descrição!
ResponderEliminarLinda amiga, quero agradecer-lhe a sua sempre maravilhosa presença no cantinho da terra do nunca e pelas suas palavras sábias. É sempre bem-vinda!
Deixo-lhe aqui uma estrelinhas cintilantes para iluminar este seu bonito cantinho.
Boa semana com muito carinho, paz e alegria no coração.
Beijinhos carinhosos e abraço meiguinho.
Basta sair "ligeiramente" de Lisboa para tomarmos consciência do quão longe-perto estamos, no tempo e no espaço...beijinhos
ResponderEliminarFotos e texto com sensibililidade apurada. Francamente, gostei.
ResponderEliminarTens razão no teu sentir
ResponderEliminarMas sabes penso que apesar de a vida antigamente
Ser mais difícil as pessoas acabavam por serem mais felizes,
E estarem mais perto de Deus, cada vez mais nos agarramos ao material
E o amor os sentimentos, onde está a afeição os afectos o acompanhamento
Que as nossas criança precisão?
Deus esta da simplicidade, antigamente podia existir pobreza e era demais,
No entanto havia amor, respeito, companheirismo e hoje vejo tudo a extinguir-se
Em tudo existe a dualidade, não é?
Beijinhos ternos
Fragmentos de Elliana Alves,
ResponderEliminarGrata pela visita e palavras tão generosas.
Muitos beijinhos para ti também.
Fa Menor
Sim, na verdade naqueles locais encontramos verdadeiros paraísos que nos dão uma enorme paz de espírito.
Um beijinho de gratidão.
Carla Sofia,
Muito obrigada pela visita e pelas palavras tão agradáveis que me dirigiu. Na verdade também concordo com o que disse.
Aquelas pessoas além de extremamente lutadoras só podiam ser abençoadas por viverem naqueles locais tão recônditos, longe de tudo e de todos!
Volte quando assim o entender! É sempre muito bem vinda.
Beijinhos
Gilbamar,
Muito simpáticas e agradáveis as suas palavras.
Fico a aguardar novas visitas.
Bem-haja.
Um abraço.
Graça Pires,
Tão verdadeiras as suas palavras.
Ontem um passado que hoje se torna quase presente.
Um beijinho grande.
Doce Sininho,
Muito grata pela visita e palavras expressas.
Sim, naqueles tempos a vida daquelas pessoas era muito penosa, embora as condições de vida tivessem melhorado bastante para todos quantos ainda habitam naqueles locais.
De qualquer maneira, choca-me constatar os grandes contrastes que ainda se vão verificando por esse país fora.
É sempre para mim uma honra poder visitá-la no cantinho da terra do nunca.
Deixo-lhe um beijinho carinhoso extensivo ao amigo P.Pan.
Sempre a considerá-los.
Filipa e Artur,
Sábias palavras as vossas, aqui expressas.
Às vezes nem é preciso sair dos locais onde moramos, basta olhar um pouco em redor.
Obrigada pela vossa visita.
Beijinhos para ambos.
João Videira Santos,
Muito grata pela sua visita e palavras tão generosas.
Um abraço com toda a minha consideração.
Multiolhares,
Fico-lhe muito grata pela sua apreciação que é muito importante.
Não tenho a menor dúvida sobre o que diz. As pessoas desses tempos eram muito mais felizes com o pouco que tinham e o amor imperava entre elas!
Eram mais solidárias e a vida em comunidade era muito mais saudável.
A espiritualidade era maior.
Hoje como que andamos de costas voltadas uns para com os outros.
Beijinhos com muita amizade e admiração.
Estimada e Sensivelmente Doce Amiga:
ResponderEliminarQue genialidade e encanto coloca nos Posts que carinhosamente "constrói".
"...Tinham a envolvê-los aqueles imensos horizontes com odor a solidão, a que se habituavam sem queixumes e de que modos se conformariam!
Para se deslocarem, percorrendo quilómetros e quilómetros, tinham apenas os seus pés doridos para, por entre declives e penhascos, encontrarem apenas um pouco do quase nada que lhes pudesse dar um pouco mais de sabor às suas vidas agrestes..."
Uma descrição perfeita de uma realidade existente e sofrida de tempos atrás.
Sabe, adoro lê-la e relê-la.
Pura e simplesmente, encanta e enternece. Cativa com a sua inconfundível presença.
Adorei!
Um Post sensível repleto de encanto e doçura de imensa significação.
Profundo.
OBRIGADO por este instante de talento.
Beijinhos de ternura que sabe respeitar, estimar e considerar.
Com deslumbre pelo que maravilhosa e ternamente faz e faz muito bem.
Maravilhado...!!!!!!!!
p.pan
Lindo texto! e maravilhoso este país!
ResponderEliminarLindas as pessoas! Enfim...tudo muito gratificante, assim como vir aqui e ver tudo isso!
beijos e um lindo final de semana!
Amigo P. Pan,
ResponderEliminarÉ sempre com muita alegria e enorme satisfação que recebo as suas visitas neste meu cantinho e faltam-me as palavras para lhe agradecer a forma tão generosa e amável como comenta as "coisas" que por aqui vou deixando escritas.
Abro um pouco o meu coração e limito-me a deixar as minhas impressões sobre situações que, como neste caso, me deslumbram e ao mesmo tempo me enchem de nostalgia!
Bem-haja pela sua amizade.
Um abraço com todo o meu respeito e admiração.
Marlene Maravilha,
É com imenso prazer que a recebo neste meu cantinho.
Grata pela visita e palavras tão simpáticas e generosas.
Retribuo o beijinho e desejo-lhe um óptimo fim de semana
A essência do nosso país vive nessas recantos tão bonito, tão naturais... tão abandonados, infelizmente.
ResponderEliminar...isolados? Será que isso os fazia mais infelizes? Não creio...
ResponderEliminarGostei de conhecer um pouco mais sobre esses grupos que viviam nas montanhas... As fotos são muito lindas!
Beijos de luz e o meu especial carinho...
Rui Caetano,
ResponderEliminarMuita grata pela sua visita e pelo seu comentário. Infelizmente é bem verdade o que afirma.
Um abraço.
Um bom domingo.
Mundo Azul,
Bem haja pela sua visita e comentário.
As pessoas não seriam assim tão infelizes! O amor entre elas seria mais puro e verdadeiro!
Os locais são lindíssismos e as aldeias estão a ser recuperadas aos poucos!
Vale a pena visitar!
Beijinho em tons de azul.
Um óptimo domingo.
Perfeito!
ResponderEliminarEu, que sou serrano, com um rio "meu" e esta serra "minha", deixei-me encantar pelo texto.Por vezes vou por aí, serra acima, e ouço como "ninguém o faz" o silêncio.Sabia que o vento "fala do passado" como o imagina?
Com profunda amizade e respeito.
Carlos
Amigo Ramos Vilaça,
ResponderEliminarMuito obrigada pelo seu comentário!
Foi um passeio inesquecível precisamente pelo que de “inexplicável” ali se sente.
Foi mesmo muito bom! Talvez um dia volte para com mais tempo, apreciar e sentir toda aquela "magia" do passado entranhado por todos aqueles locais.
Grata pela sua atenção.
Um abraço com todo o meu respeito.