Em conversa ainda ontem com um dos meus sobrinhos bastante jovem mas já com muitas responsabilidades tanto profissionais como familiares, como tanto outros, acrescento, dizia-me ele a certo momento: “tia, um dia destes arranjo uma casa com uma horta e vou-me embora com a minha Família, porque isto está a tornar-se demasiadamente desgastante. Não tenho tempo para descansar, para estar com os meus 2 filhos (de 3 anos e 9 meses), porque o pouco tempo que lhes dou ainda por cima “é de fraca qualidade”!
Estas palavras tocaram-me profundamente.
Estas palavras tocaram-me profundamente.
Eu sei que este meu querido e meigo sobrinho estaria a exagerar um pouco nas palavras que empregou (ou não...) embora eu lhe tivesse notado um certo ar de cansaço e algum desalento. Mas, como jovem responsável que é, compreendi-o nesta sua atitude para com a vida e fiquei a admirá-lo ainda mais, porque em início de carreira está disposto a abandonar “tudo” para se dedicar ao essencial da vida: poder ter mais disponibilidade para o amor, para a sua Família.
Lembrei-me então desta carta de S. Paulo que hoje é lida em todas as igrejas do mundo católico e em que S. Paulo nos exorta a aspirar às coisas do Alto, a qual passo a transcrever:
“Irmãos:
Se ressuscitastes com Cristo,
aspirai às coisas do alto,
onde Cristo está sentado à direita de Deus.
Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra.
Porque vós morrestes
e a vossa vida está escondida com Cristoem Deus.
Quando Cristo , que é a vossa vida, Se manifestar,
também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória.
Portanto, fazei morrer o que em vós é terreno:
imoralidade, impureza, paixões, maus desejos e avareza,
que é uma idolatria.
Não mintais uns aos outros,
vós que vos despojastes do homem velho com as suas acções
e vos revestistes do homem novo,
que, para alcançar a verdadeira ciência,
se vai renovando à imagem do seu Criador.
Aí não há grego ou judeu, circunciso ou incircunciso,
bárbaro ou cita, escravo ou livre;
o que há é Cristo,
que é tudo e está em todos”
aspirai às coisas do alto,
onde Cristo está sentado à direita de Deus.
Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra.
Porque vós morrestes
e a vossa vida está escondida com Cristo
Quando Cristo
também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória.
Portanto, fazei morrer o que em vós é terreno:
imoralidade, impureza, paixões, maus desejos e avareza,
que é uma idolatria.
Não mintais uns aos outros,
vós que vos despojastes do homem velho com as suas acções
e vos revestistes do homem novo,
que, para alcançar a verdadeira ciência,
se vai renovando à imagem do seu Criador.
Aí não há grego ou judeu, circunciso ou incircunciso,
bárbaro ou cita, escravo ou livre;
o que há é Cristo,
que é tudo e está em todos”
Col 3,1-5.9-11
Imagem cedida de gentilmente pela Net.
Ailime
E também:
ResponderEliminar"Vaidade das vaidades... tudo é vaidade"
Os jovens, e não só, mas principlamente estes, estão a ser vítimas do sistema.
Temos que procurar saber distinguir o essencial do acessório.
Bom domingo e boa semana!
bjins
Ailaime
ResponderEliminarMinha amiga
Na verdade, a vida está dificil e sem qualidade.
As hortas estão por aí ao abandono porque já ninguém quer cultivá-las.
Os filhos já nem há tempo para os ouvir.
"Ajudai-vos uns aos outros"
Ouvi esta frase ontem de alguém que gostava muito.
Beijinhos da Utilia
Amiga Ailime,
ResponderEliminareu entendo muito bem essas palavras do seu sobrinho... um dia também me senti muito atordoada com todo esse sistema. Sufocada e amarrada querendo viver para a minha família. Chegou uma hora que não deu mais e fiz a vontade do Pai. Priorizei aquilo que é o meu amor verdadeiro. O meu jardim, as rosas da minha vida... e vê-las com a alegria de acompanhá-las em cada detalhes, não tem preço! Passamos a maior parte do tempo juntas. Respiro a minha família, durmo e acordo com o pensamento voltado para eles. Com o cuidado de apenas cuidar, amar e servir. A quem diga que fiz algumas bobagens em ter largado emprego e tudo mais... mas sabe hoje todos esses momentos são os que mais me encontro com Cristo. O que mais escuto a sua voz e contemplo a sua face. Sei que fui levada a esse caminho por ELE (Cristo) pois quis restaurar o meu lar diante a tantas pressões do mundo. Não me arrependo em nada, só sinto muito amor pela família que construi, por esse jardim que eu hoje cuido com as minhas próprias maõs com o auxílio, sem dúvida, de Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria que me ensina a valorizar o silêncio e a oração!
As vezes é preciso parar para retomarmos o caminho verdadeiro. E essa parada não significa inércia e sim aprendizado para contemplação do que Deus está a nos dizer...
obrigada pela partilha,
beijinhos no coração
Gisele
Ailime, esta partilha fez-me questionarnas pressões constantes que os nossos jovens enfrentam desde que nascem.
ResponderEliminarNós, pais, ficamos orgulhosos quando eles conseguem o seu curso e olhamos felizes no seu 1º emprego. Porém, quando vemos que as suas vidas são uma correria e que eles estão "acorrentados" num caminho de dificil solução, assustamo-nos. Eu presentemente sinto-me assim: num misto de alegria e apreensão. Feliz pela indepência da minha filhota, conseguida a muito custo por várias razões e apreensiva pela qualidade da sua vida, feita de viagens e trabalho onde pouco resta para o principal.
Deve ter sido esta a base da sua reflexão também ao escutar o seu sobrinho.
Beijo grande em Cristo e que Cristo esteja sempre presente em todos os corações
Amiga Ailime,
ResponderEliminarComo entendo esse jovem...mas tal como a Fá... "Temos que procurar saber distinguir o essencial do acessório".
Já tentei essa experiência...cultivar a terra...mas cada um de nós tem o lugar que DEUS lhe destinou...e esse não era o lugar desta família...por muita pena nossa...mas não fomos talhados para a agricultura, apesar de tanto gostarmos. Recordo que semeámos várias coisas entre elas, cevada...acredite que perdemos tudo o que gastámos e ainda tivémos um trabalho enorme para não perdermos ainda mais. Mas a cevada não ficou perdida na terra...e foi vendida...se tivesse ficado na terra talvez nem tivéssemos perdido tanto. Depois existe uma família para sustentar e dar o mínimo das necessidades básicas. Um dia essa família vai-nos cobrar...há sempre que ponderar as nossas opções e atitudes. Hoje em dia não há quem nos ajude a cultivar as terras...só mesmo quem já está treinado, ou lá está...destinado a essa escolha. Se assim fosse connosco, há anos que tínhamos ido para o Retiro do Éden. A minha família paterna, tentou fazer essa opção, por amor ao cultivo da terra e ficou "afogada" em dívidas e os tempos ainda eram outros...quis fazer o mesmo, mas comigo também não deu resultado. Cada um é mesmo para o que nasce e há que aceitar.
Louvo esse jovem...e que DEUS o ilumine e guarde para fazer a sua/DELE escolha.
Forte abraço
Mer
sem duvida que o seu sobrinho tem razão , infelizmente a vida é tão corrida , que se não tivermos os pés bem assentes no chão , esquecemos aquilo que é mais importante ...
ResponderEliminarbeijinhos ..
Estimada Amiga de bem:
ResponderEliminarLi com atenção e fiquei maravilhado e deslumbrado perante tanta sobriedade e sensatez.
Registo pelo encanto:
"...e fiquei a admirá-lo ainda mais, porque em início de carreira está disposto a abandonar “tudo” para se dedicar ao essencial da vida: poder ter mais disponibilidade para o amor, para a sua Família..."
Sabe, apetecia-me fazer o mesmo.
Só o evita a minha família que amo imenso.
Não é para retribuir este comentário, só que estava em dívida consigo e com a sua ternura, se isto se pode chamar dívida?
Admiro-a de forma gigantesca. Enormemente.
Beijinhos mil ao seu talento e a si.
Com respeito.
Sempre a admirá-la
pena
Bem-Haja, notável amiga.
Adorei.
É fabulosa.