22 junho 2008

Um pedaço de mim...

Gosto muito do Inverno, dos dias em que a chuva por vezes parece não querer ir embora...É tempo de introspecção, tempo para meditar, tempo de recolhimento em nós! No Inverno sinto-me mais eu. Não sei explicar o porquê, mas o Inverno traz-me paz, serenidade, identifico-me mais com esta estação do ano, como já expressei um dia neste meu cantinho!
Ontem começou o Verão e, porque estarei a falar de Inverno?
Este foi mais longo, parecia nunca mais ter fim…
Este Inverno separou-me imenso do meu filho mais velho, que se encontra longe e do qual tenho imensas saudades!
Não é a primeira vez que estamos separados, mas com o avançar da idade os sentimentos ficam mais apertados no peito e dói muito esta separação!
Não é fácil imaginá-lo longe do afecto da família, dos amigos…
Mas, meu Deus, que estou para aqui a escrever….ele é um homem!
Os filhos para os pais, para as mães, são sempre pequeninos!
Eles não gostam que façamos estes comentários, mas bem lá no fundo sentem o mesmo que nós e estão sempre desejosos do reencontro, do beijo terno e daquele abraço bem apertado, que só a família sabe dar…
Esta semana vai ser longa, mas no próximo sábado, se Deus quiser, vou apertar o meu filho de encontro ao meu peito e dizer-lhe o quanto o amo!
Depois iremos mergulhar num mar imenso azul de descontracção, receber em nossos corpos este tão maravilhoso sol e conversar muito…muito!
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Aproveito para dizer a quem tão amavelmente me visita, que durante algum tempo não estarei por aqui!
É tempo de férias, tempo de lazer, tempo de reencontros!

Um beijo para todos e, até já….!

15 junho 2008

Porque hoje é domingo…dia do Senhor!


Hoje partilho convosco um cântico que o grupo coral dos jovens da minha comunidade
paroquial costuma cantar e que aprecio bastante.
Embora desconheça o autor é, segundo creio, inspirado no
Evangelho de S. João, Cap. 12, 24)

Grão de Trigo

Se o grão de trigo não morrer na terra
é impossível que nasça fruto!
Aquele que dá a vida aos outros
terá sempre o Senhor!

Felizes seremos nós na pobreza
Se em nossas mãos houver o Amor de Deus
Se nos unirmos em esperança
se trabalharmos por fazer o bem

Felizes seremos nós na humildade
se como crianças soubermos viver
A terra será a nossa herança
a nossa herança


http://www.youtube.com/watch?v=PJrxn5Wkp_g&feature=related
“In Livro de Cânticos da Igreja Paroquial,
de S.J-AMMM”

10 junho 2008

Camões e a tença


“Irás ao Paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce

Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou seu ser inteiramente

E aqueles que invocaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto

Irás ao Paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência

Este país te mata lentamente”

De: Sophia de Mello Breyner Andresen
In “Cem Poemas de Sophia”
Visão-JL

07 junho 2008

"I have I dream, Martin Luther King (28/08/1963"

http://www.youtube.com/watch?v=PbUtL_0vAJk

Uma noite destas tive um sonho, um sonho "estranho"... Sonhei com Martin Luther King e o seu discurso "I have a dream! "

Eu também sou uma sonhadora e, em jeito de reflexão, deixo aqui a transcrição do célebre discurso que dá título a este "post" e que sempre me fascinou...e que continua tão actual e se estende aos povos de todo o mundo:

"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.·Cem anos atrás, um grande americano, no qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchado nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros. Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação. Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.·De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitectos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantido os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".·Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.·Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranquilizante do gradualismo. Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia. Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial. Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.·Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador Outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de acções de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar sós.·E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando estarão satisfeitos?"·Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a rectidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.·Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são os veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississipi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.·Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã.

Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.·

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença – nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.·

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.·

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississipi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.·

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu carácter. Eu tenho um sonho hoje!·

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos.

Eu tenho um sonho hoje

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta. Esta é nossa esperança.

Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade.

Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livres.

Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado. "Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.

Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,

De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.

Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.

Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania. Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.

Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia. Mas não é só isso.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.

Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi. Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.

E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho espiritual negro:

"Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."

Fonte: colaboração de Hernani Francisco da Silva, da Missão Quilombos

31 maio 2008

A Caridade é amor


Na nossa passagem pela vida, por vezes, atravessamos desertos mais ou menos extensos e perguntamo-nos onde estamos e para onde vamos!
Torna-se difícil perante algumas das dificuldades por que passamos aceitá-las sem algumas lamentações ou até sentirmos alguma revolta.
Isto é humano, no meu fraco entendimento.
Mas, nestes momentos, se conseguirmos discernir e olhar à nossa volta poderemos observar, com certeza, pessoas com problemas muito mais graves, com muitas carências materiais e, principalmente, AFECTIVAS!
A humanidade atravessa momentos muito conturbados a todos os níveis.
No que respeita aos aspectos sociais o que mais me aflige é a falta de caridade de uns para com os outros!
Como é difícil despojarmo-nos das nossas grandezas, das nossas vaidades, das nossas “coisinhas” em detrimento dos nossos irmãos!
Tantas crianças maltratadas, tantas mulheres violentadas, tantos idosos despejados em lares e o que fazemos?
Poderemos não fazer muito mas, por vezes, um simples gesto, um sorriso, um pouco de atenção bastam para levantar o ânimo a estes seres tão desprezados, tão desprotegidos!
Reconheço que há muita gente empenhada e a maioria, no silêncio das suas vidas, desgastam-se para verdadeiramente ajudar os mais necessitados!
Mas é preciso que cada vez mais nos mobilizemos e abramos o nosso coração a cada outro e tenhamos para com eles um pouco de Caridade (Amor), porque de todas as virtudes esta é a MAIOR!

25 maio 2008

Cancro da mama


Hoje e sempre presto a minha homenagem a todas as mulheres vítimas da ainda terrível doença, que teima em não nos deixar em paz!

Às minhas amigas, colegas de trabalho e familiares que Deus chamou a si, aqui lhes deixo a minha saudade.

O meu abraço forte para as que neste momento se defrontam com este terrível mal!

A todas endereço muita coragem e força em Cristo!

Com muito carinho,

Emília

21 maio 2008

Origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo


Porque amanhã é dia da festa do Corpo de Deus, como é comum dizer-se em Portugal, deixo aqui um pouco de história, sobre a sua origem:

"A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao Século XIII. A Santa Igreja sentiu necessidade de realçar a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de Agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.
O Papa Urbano IV foi o cónego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana,
Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. A ‘Fête Dieu’ (Festa de Deus) começou na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230, com autorização do arcediago para procissão eucarística só dentro da igreja, a fim de proclamar a gratidão a Deus pelo benefício da Eucaristia. Em 1247, aconteceu a 1ª procissão eucarística pelas ruas de Liège, já como festa da diocese. Depois se tornou festa nacional na Bélgica.
O ofício foi composto por
São Tomás de Aquino o qual, por amor à tradição litúrgica, serviu-se em parte de Antífonas, Lições e Responsórios já em uso em algumas Igrejas.
A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em
1264. O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colónia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colónia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350.
A Eucaristia é um dos sete
sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse : ‘Este é o meu corpo...isto é o meu sangue... fazei isto em memória de mim’. Porque a Eucaristia foi celebrada pela 1ª vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o domingo depois de Pentecostes."

In "Wikipédia"

17 maio 2008

Horizontes...


Olho o horizonte…
Um pôr-do-sol soberbo,
observo da minha janela!

E, tu não estás a meu lado...

Uma gaivota perdida,
vem poisar no parapeito,
mesmo junto de mim...da minha janela.

Tento agarrá-la,
como se fosses tu e
esboço um gesto impreciso…

Ela assusta-se e esvoaçando,
afasta-se!

Como tu…