Sempre novo e Sempre Velho

O que és, então, meu Deus?

Que és senão o único Senhor Deus?

Que Senhor há fora do Senhor?

Que Deus há fora do nosso Deus?

Sumo e pontífice,

Poderoso e omnipotente,

Secreto e presente,

Formoso e forte,

Estável e incompreensível,

Imutável e mudando as coisas,

Nunca novo e nunca velho,

Sempre activo e sempre em repouso,

Sempre recolhendo e sempre necessitando,

Sempre sustendo, enchendo e protegendo,

Sempre criado, nutrindo e aperfeiçoando,

Sempre buscando e nunca falto de nada.

Amas e não sentes paixão,

Tens ciúmes e estás seguro,

Arrependes-te e não sentes dor,

Irritas-te e estás tranquilo,

Mudas de obra, mas não de conselho,

Recebes o que encontras e nunca perdeste nada.

E o quê é que eu disse de Ti, Meu Deus, vida e doçura minha?

O quê posso dizer quando falo de Ti?

No entanto,

Ai dos que calam sobre Ti,

Pois não são mais do que mudos enganosos!

Santo Agostinho

(Conf. I,4,4)

Ailime
26.10.2011
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